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Introdução

No artigo anterior, vimos que uma estrutura organizacional existe para organizar o trabalho em diferentes funções e divisões, cada uma com tarefas, responsabilidades e metas bem específicas.
À medida que a organização cresce e mais áreas passam a atuar simultaneamente — como produção, engenharia, vendas e administração —, torna-se essencial que essas áreas trabalhem de maneira coordenada.

Regras e Desafios da Estrutura Organizacional
Regras e Desafios da Estrutura Organizacional

Essa coordenação permite que o fluxo de trabalho ocorra de forma fluida, sem retrabalho ou sobreposição de esforços, aumentando a eficiência operacional e a capacidade da empresa de atender às necessidades dos clientes com qualidade.


Formas de Coordenação nas Organizações

Em qualquer organização, a coordenação entre funções, equipes, divisões e níveis hierárquicos é essencial para garantir que o trabalho flua de forma eficiente.

Mas como essa coordenação pode ser alcançada?
A resposta varia conforme o tamanho, a complexidade e o tipo da organização.

Existem diferentes estratégias e mecanismos que podem ser adotados para promover essa articulação interna, cada um com suas vantagens e indicações específicas.
Vamos explorar essas abordagens a seguir.


Coordenação Direta

Uma das formas mais simples e eficazes de promover a coordenação dentro de uma organização é por meio da coordenação direta.

Nesse modelo, os próprios gestores das áreas funcionais se comunicam diretamente entre si ou com responsáveis de outros setores, sem a necessidade de intermediários ou canais formais.

Essa interação direta permite resolver questões rapidamente, alinhar processos e garantir que o trabalho flua com agilidade.

Esse tipo de abordagem é especialmente adequado para organizações menores, onde há menos níveis hierárquicos e o número de áreas e colaboradores é mais enxuto.

Nesses casos, a proximidade entre as equipes e a facilidade de acesso entre gestores favorecem uma tomada de decisão mais ágil e uma execução mais eficiente das atividades.

Exemplo:

Um exemplo clássico de coordenação direta acontece quando o gestor da Engenharia precisa alinhar detalhes técnicos com o gestor da Produção.
Suponha que a equipe de projetos finalize o desenho de um Skid para uma linha de CIP.

Antes de liberar para fabricação, o responsável da Engenharia conversa diretamente com o responsável da Produção para esclarecer dúvidas sobre soldagem, montagem ou ajustes no layout.

Como a estrutura da EAI é enxuta e multidisciplinar, muitas vezes esses gestores também atuam como especialistas técnicos — e, por isso, essa troca direta de informações agiliza decisões, evita retrabalho e garante que os prazos e padrões técnicos sejam mantidos.


Ligação e Coordenação Descentralizada com Supervisão Leve

No conceito clássico, ligação ocorre quando profissionais de diferentes áreas se comunicam diretamente entre si para garantir o fluxo de trabalho, resolver problemas operacionais ou coordenar entregas, sem depender exclusivamente da cadeia hierárquica formal.

Essa estratégia é especialmente útil em organizações com múltiplas áreas e funções — como vendas, produção, manutenção, P&D, engenharia, entre outras.

Quando há necessidade de integração entre essas áreas, cada setor pode designar um responsável para atuar como ponto de contato com os demais.

Esse profissional tem como missão manter a comunicação fluida, alinhar demandas e assegurar que as atividades interfuncionais ocorram de forma coordenada, minimizando ruídos, atrasos ou retrabalhos.

A chamada coordenação descentralizada com supervisão leve é uma evolução prática desse modelo de ligação.

Em vez de contar com um único responsável formal, vários profissionais passam a se comunicar diretamente entre áreas, assumindo responsabilidades de forma colaborativa.

O resultado é uma ligação mais rápida, flexível e com alto grau de confiança operacional.

Exemplo:

Durante a fabricação de um manifold de válvulas com prazo de entrega extremamente apertado, os gestores das áreas envolvidas designam diretamente um projetista, um operador de produção e um responsável por aquisições.

Esses três profissionais passam a atuar lado a lado, com comunicação direta e constante.
Em vez de seguir a cadeia hierárquica tradicional — onde cada etapa aguardaria aprovações formais —, essa atuação integrada permite agilidade nas decisões, antecipação de gargalos e, sobretudo, a entrega do equipamento no prazo, mesmo sob pressão.


Equipe Multidisciplinar

Existe ainda uma terceira forma pela qual a coordenação é facilitada dentro das organizações: as equipes multidisciplinares.

Equipes, neste caso, significam grupos formados por representantes de diferentes funções, que trabalham juntos para resolver problemas comuns.

Às vezes, a natureza do problema é tal que ele não pode ser tratado por uma única função ou grupo.

Exemplo:

Um bom exemplo ocorre durante o desenvolvimento de um novo equipamento personalizado.

Nesses casos, forma-se uma equipe multidisciplinar temporária, reunindo um projetista mecânico, um profissional de automação e um especialista técnico da área de aplicação — todos trabalhando juntos, com foco exclusivo na solução daquele desafio.

Esse grupo compartilha informações, toma decisões em conjunto e adapta o projeto conforme surgem novas necessidades.

Em vez de depender de encaminhamentos formais entre setores, a equipe atua de forma integrada, garantindo agilidade, alinhamento técnico e maior qualidade no resultado final.


Relação entre Estrutura e Coordenação

Aqui vemos a coordenação acontecendo por meio dessas três abordagens: contato direto, ligação e equipes.

Nas estruturas organizacionais, os grupos e funções são desenvolvidos para realizar diferentes tipos de trabalho.
Autoridades, responsabilidades e prestações de contas são claramente definidas, e essas áreas se coordenam entre si para garantir o fluxo eficiente de trabalho.


Confiança, Resolução de Problemas e Melhoria Contínua

Contudo, nenhuma estrutura funciona bem sem confiança entre as diferentes funções, grupos e pessoas.

Na ausência de confiança, surgem barreiras, ruídos e atrasos.

Quando há confiança:

Essa atitude torna a organização mais proativa, eficiente e resiliente.

Desconfiança e o Jogo de Empurra

Por outro lado, quando falta confiança, os problemas são negados ou ignorados.
Frases como “não há problema, está tudo certo” mascaram falhas.

Quando os efeitos negativos aparecem, começa o jogo de empurra, com cada parte tentando culpar a outra.
Essa postura desgasta o ambiente e compromete o desempenho coletivo.


As Estruturas Organizacionais Clássicas e os Novos Desafios

Nas organizações industriais, é comum o modelo hierárquico tradicional, onde:

Esse modelo funcionou bem durante mais de dois séculos, quando o ambiente era estável e previsível.

Novos Desafios

Hoje, o cenário é outro. As organizações enfrentam pressões como:

Essas mudanças exigem uma nova mentalidade:
Modelos mais horizontais, equipes ágeis, coordenação descentralizada e organizações em rede estão se tornando não apenas desejáveis — mas necessários para sobreviver em ambientes cada vez mais dinâmicos.


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